No diminuto reduto
o Nada ergueu sua voz:
"Sou o nada,
sou o nada";
Deparando com outros
objetos, de cada um
deles parecia ouvir
a mesma lenga-lenga:
"Sou o nada,
sou o nada";
Resolvi olhar lá fora
a paisagem e a chuva
que caía e o estribilho
reproduzia-se:
"Sou o nada,
sou o nada;
Até que, por último,
uma mosca perdida
invadiu o recinto,
proferindo as palavras:
"eu existo".
Foi então que
sem outra saída
o Nada bateu
em retirada.
XXX
(poema de Hamilton Alves escrito em agosto de 2002 sob o pseudônimo de Max
Hops).
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