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Monday, January 9, 2017

ÔNIBUS – Hamilton Alves







O ônibus, fantasma de lata,
atravessa, furando a noite,
a Rodovia Haroldo Soares Glavan,
em Cacupé;

Ah, o sortilégio do ônibus!,
quem vem dentro?
quem vai saltar?

As luzes acesas em seu interior;
quem vai abraçado com quem?
e o motorista, pobre coitado,
a essa hora ainda

A exercer seu duro ofício
de condutor de fantasias,
pois o ônibus é um distribuidor
delas, por mais

Que não se creia;
ah, lá vem ele de novo,
feito um ser macabro,

Por dentro do feitiço
da noite, na travessia
da Rodovia Haroldo Soares Glavan.


XXX



(poema de Hamilton Alves escrito em agosto de 2002 sob o pseudônimo de Max Hops).

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