A chuva cai.
Cai, cai, chuva!
Toca essa música
Insuperável
Imitada por Debussy –
Les mots de la pluie;
Chuvinha miudeira
É um poema
Que a natureza
Compõe com maestria;
Gota a gota
Celebra a nostalgia.
(poema de Hamilton Alves escrito em dezembro de 2006 sob o pseudônimo de Otto Nul).
Comentário de Fernando Monteiro, poeta, escritor e crítico
de arte de Recife, PE, sobre este poema:
“Olha, Hamilton, esse “poeminha”que vc me mandou é, para
início de conversa, um poemão. Um poemão curto e irretocável. Parece ter sido
composto num naco só de simplicidade - dificílimo de se conseguir. assim como
antonio machado e jimenez (juan ramon) e
– por aqui no Brasil – manuel bandeira conseguiram muitas coisas deles,
aparentemente sem esforço. Nada mais longe da verdade: o esforço, apreciável e
disciplinado, é o do largo ouvido apurado, afinado como pelas gotas justamente
da chuva. aliás, você está numa grande fase, parabéns – ainda é tempo de lhe
dizer. o “nem dei pela noite”, o “nada, nada, nada”, o poema da flor e da
formiga, e agora esse “chuva”, que acaba de chegar, irriga sua horta poética de
sons e sentidos produzidos de acordo com
a receita mallarmeniana que permanece a melhor para quem tem ouvido (o que
exclui aquele seu amigo que lhe aconselhou a cortar os dois últimos “efêmeros”
daquele poema constante do livro. Fernando”.
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