A
decoração de Natal que o sr. Dario Berger (ou alguém a mando dele) imprime
novamente à cidade é de um ridículo atroz (para não dizer coisa pior). Ano
passado, por essa mesma época, fizemos aqui reparo ao que nos pareceu total
falta de imaginação dos que têm a responsabilidade de dar uma feição bonita ao
que, de si, já tem beleza de sobra, dando um novo encanto à paisagem ilhoa. No
entanto, nova decepção (e pior ainda que a do ano passado) ocorre. Uma
decoração que peca, sobretudo, não apenas pela falta absoluta de imaginação, de
um mínimo senso estético, mas pela revelação mais total de grotesquerie. Ia
deixar passar o fato em brancas nuvens, mas o caso agride de tal forma as
pessoas que têm senso crítico ou que estavam na expectativa de um tratamento
melhor no que diz respeito a esse item de beleza, de senso de
proporcionalidade, de bom gosto, que não houve maneira de evitar de novamente
comparecer a esta folha para exprimir nossa mais forte decepção quanto à forma como
foi conduzido esse processo de decoração de Natal.
Definitivamente,
o prefeito (ou o órgão por ele designado a concretizar esse empreendimento) não
revela a menor aptidão para esse papel de promover um projeto bem realizado de
enfeitar a cidade de forma agradável à vista do menos exigente cidadão comum,
mesmo àquele que nem esteja aí para o fato dessa escandalosa fórmula de opção
pelo pior ou pelo mais atentatório a uma festa que tem ressonância universal,
levando os povos de todos os quadrantes da terra a lançarem mão dos meios mais
simples, mas ao mesmo tempo mais belos de expressá-la.
Não
vou citar o caso eminente do Rio de Janeiro, onde essa decoração sempre prima
pelo mais alto nível de qualidade. Nem o exemplo que nos vem de Paris com uma
árvore de Natal organizada e estruturada de forma exponencial, com materiais
que lhe dão um aspecto condizente com a majestática expressão urbana dessa
portentosa cidade. Não chego a tanto.
Mas
sem poder ostentar tal padrão, podíamos ao menos seguir solução menos
grosseira. Seria suficiente convocar pessoas do ramo. Mas o sr. Berger, pelo
visto, dando mostras claras de não dar a
mínima para a questão, adotou solução que afronta a todos sem exceção, que se
mostram perplexos diante de tanta prova escandalosa de mau gosto.
Contei
o episódio que, nesse período, no ano passado, esteve em visita à cidade um
amigo residente no Rio. Quando se deparou com uma estrela (e que estrela!), sob
a ponte Hercílio Luz, que era o tipo da coisa sem graça, perfidamente molesta a
quem nutre algum sentimento de civilidade urbana, expressou-se com as palavras
seguintes:
-
Não suporto mais tanta burrice. Ainda bem que amanhã volto ao Rio.
No
dia seguinte, pegou a mala e se mandou, levando com ele, de certo, a lamentável
imagem de uma estrela (e de uma cidade) terrivelmente feia.
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