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Sunday, October 23, 2016

DECORAÇÕES NATALINAS - Hamilton Alves



                                               A decoração de Natal que o sr. Dario Berger (ou alguém a mando dele) imprime novamente à cidade é de um ridículo atroz (para não dizer coisa pior). Ano passado, por essa mesma época, fizemos aqui reparo ao que nos pareceu total falta de imaginação dos que têm a responsabilidade de dar uma feição bonita ao que, de si, já tem beleza de sobra, dando um novo encanto à paisagem ilhoa. No entanto, nova decepção (e pior ainda que a do ano passado) ocorre. Uma decoração que peca, sobretudo, não apenas pela falta absoluta de imaginação, de um mínimo senso estético, mas pela revelação mais total de grotesquerie. Ia deixar passar o fato em brancas nuvens, mas o caso agride de tal forma as pessoas que têm senso crítico ou que estavam na expectativa de um tratamento melhor no que diz respeito a esse item de beleza, de senso de proporcionalidade, de bom gosto, que não houve maneira de evitar de novamente comparecer a esta folha para exprimir nossa mais forte decepção quanto à forma como foi conduzido esse processo de decoração de Natal.
                                               Definitivamente, o prefeito (ou o órgão por ele designado a concretizar esse empreendimento) não revela a menor aptidão para esse papel de promover um projeto bem realizado de enfeitar a cidade de forma agradável à vista do menos exigente cidadão comum, mesmo àquele que nem esteja aí para o fato dessa escandalosa fórmula de opção pelo pior ou pelo mais atentatório a uma festa que tem ressonância universal, levando os povos de todos os quadrantes da terra a lançarem mão dos meios mais simples, mas ao mesmo tempo mais belos de expressá-la.
                                               Não vou citar o caso eminente do Rio de Janeiro, onde essa decoração sempre prima pelo mais alto nível de qualidade. Nem o exemplo que nos vem de Paris com uma árvore de Natal organizada e estruturada de forma exponencial, com materiais que lhe dão um aspecto condizente com a majestática expressão urbana dessa portentosa cidade. Não chego a tanto.
                                               Mas sem poder ostentar tal padrão, podíamos ao menos seguir solução menos grosseira. Seria suficiente convocar pessoas do ramo. Mas o sr. Berger, pelo visto,  dando mostras claras de não dar a mínima para a questão, adotou solução que afronta a todos sem exceção, que se mostram perplexos diante de tanta prova escandalosa de mau gosto.
                                               Contei o episódio que, nesse período, no ano passado, esteve em visita à cidade um amigo residente no Rio. Quando se deparou com uma estrela (e que estrela!), sob a ponte Hercílio Luz, que era o tipo da coisa sem graça, perfidamente molesta a quem nutre algum sentimento de civilidade urbana, expressou-se com as palavras seguintes:
                                               - Não suporto mais tanta burrice. Ainda bem que amanhã volto ao Rio.
                                               No dia seguinte, pegou a mala e se mandou, levando com ele, de certo, a lamentável imagem de uma estrela (e de uma cidade) terrivelmente feia.
                                                              


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