ÔNIBUS
O ônibus, fantasma de lata,
atravessa, furando a noite,
a Rodovia Haroldo Soares Glavan,
em Cacupé;
Ah, o sortilégio do ônibus!,
quem vem dentro?
quem vai saltar?
As luzes acesas em seu interior;
quem vai abraçado com quem?
e o motorista, pobre coitado,
a essa hora ainda
A exercer seu duro ofício
de condutor de fantasias,
pois o ônibus é um distribuidor
delas, por mais
Que não se creia;
ah, lá vem ele de novo,
feito um ser macabro,
Por dentro do feitiço
da noite, na travessia
da Rodovia Haroldo Soares Glavan.
XXX
(Max Hops, agosto/02)
No comments:
Post a Comment