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Friday, September 2, 2016

AS CORES MUTANTES DA AURORA - Hamilton Alves



bastaria uma só palavra
para romper o equilíbrio
da aurora ou o mutismo
da madrugada ou o ritmo
dos ventos que murmuram
à noite maus presságios.

alguma coisa mais forte
determina o rodopio
incessante das estrelas
e o vôo inquieto
das mariposas sobre
o teclado do piano.

não era certamente
à toa que os cães
latiam de forma bem
mais cadenciada
sob o estranho
bramido do mar.

ouvia-se o conserto
para violino de Bach
no momento exato
em que duas moscas
corriam céleres
à sala de jantar.

e se  punham ambas
a dizer o poema
da inevitabilidade
da aurora ou de suas
cores mutantes
ao fim da madrugada.


(poema de Hamilton Alves escrito em agosto de 2006 sob o pseudônimo de Max Hohl).







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