bastaria uma só palavra
para romper o equilíbrio
da aurora ou o mutismo
da madrugada ou o ritmo
dos ventos que murmuram
à noite maus presságios.
alguma coisa mais forte
determina o rodopio
incessante das estrelas
e o vôo inquieto
das mariposas sobre
o teclado do piano.
não era certamente
à toa que os cães
latiam de forma bem
mais cadenciada
sob o estranho
bramido do mar.
ouvia-se o conserto
para violino de Bach
no momento exato
em que duas moscas
corriam céleres
à sala de jantar.
e se punham ambas
a dizer o poema
da inevitabilidade
da aurora ou de suas
cores mutantes
ao fim da madrugada.
(poema de Hamilton Alves escrito em agosto de 2006 sob o pseudônimo de Max Hohl).
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