Seria demais supor
Que a chuva emudece
A matinal esperança
Como de resto o fragor
Dos trovões não têm o dom
De eliminar a beleza
O pássaro em fuga
Sublinha no espaço
Sua própria desventura
Ah, direis, as nuvens
São incautas em esvanecer-se
À luz da manhã
Eis o tamborilar da chuva!
Que surpresa melhor
Há de se colher ao dia?
Há outros tons, sim,
Mas onde encontrá-los
Tão próprios à hora?
(poema de Hamilton Alves escrito em janeiro de 2007 sob o pseudônimo de Otto Nul).
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