Enroscado sobre si mesmo
numa sonolência marota,
alheio ao mundo em volta,
eis o antipático gato.
Ergue-se preguiçoso,
estremunha como quem não
quer nada - e de seu canto
sai faceiro à espreita.
Meu hóspede predileto,
com certas regalias de
espaço, é um velho gato
matreiro (ignora ratos).
Gato guapeca, de pelo
espesso, ronrona,
quando quer comida
enrosca-se-me à perna.
Amigo dos telhados,
de serenatas noturnas,
costuma reaparecer com
a cara toda quebrada.
Sobe ao colo da dona,
que lhe faz cafuné,
e de seu miado sofrido
sabe a música de cor.
O gato, dócil animal,
mestre da hipocrisia,
mas no viveiro da casa
é meu desenho essencial.
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