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Sunday, August 18, 2013

A DESCOBERTA DE BLAKE - Hamilton Alves





Para mim, a descoberta de Blake foi a mais importante que até agora o homem conseguiu realizar. Maior que a de Galileu ou de Copérnico ou que a de Newton ou de Tomaz Edson, que inventou a luz com o tungstênio, produzindo o vácuo dentro da lâmpada para impedir a combustão ou mesmo até do que a de Alexander Fleming, que isolou, em seu laboratório, o vírus do bacilo de Koch num tubo de ensaio, e depois de tempos constatou que o bolor havia destruído o bacilo, abrindo, assim, caminho à maior descoberta da ciência médica até os dias hoje, vencendo-se, a partir daí, quase todas as doenças infecciosas até então existentes, que haviam matado milhares de pessoas.
A descoberta de William Blake, um poeta, e poeta não muda a face da ciência, podendo, quando muito, alterar a sensibilidade ou o espírito das pessoas (ou até mesmo seu nível cultural) é, no entanto, de maior valor, a meu ver, que qualquer outra.
Que descobriu, afinal, para ser considerado num nível de tão grande importância?
Teria descoberto mais que Einstein quanto à teoria da relatividade ou quanto à física quântica, a cujo conhecimento deu início, praticamente?
A descoberta de Blake não tem nada a ver com a ciência física nem com qualquer outro tipo de ciência.
Não houve até hoje quem lhe desse importância, apesar de ser igualmente grandiosa como as demais. Ou talvez até, em certo sentido, de maior significado para a raça humana.
Até hoje, não tem tido muita repercussão. As universidades não a registram como coisa de valor. Ou de se levar em linha de conta.
Pouco se sabe sobre os desdobramentos que teve mesmo para a filosofia, tanto é que os filósofos pouco valor lhe atribuíram.
Até hoje, o fato tem se passado sem maior repercussão, como se se tratasse do tema mais banal, não obstante reconhecer-se nele alguma coisa inusitada ou em condições de mudar o rumo de nossa vida ou até mesmo de nosso pensamento.
Quando Blake o revelou nada se alterou na ordem das coisas.
Tal descoberta o marcou até os dias que correm. Os resenhistas de literatura de quando em quando voltam a lhe fazer referência. Tanta gente teve, certamente, oportunidade de constatá-lo, mas coube a Blake, em certo momento, percebê-la.
Nada de misterioso. Tudo muito claro para seu grau de cosmovisão.
Descobriu (suspense!) que num grão de areia se contém o eterno.


(julho/10)

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