Para
mim, a descoberta de Blake foi a mais importante que até agora o homem
conseguiu realizar. Maior que a de Galileu ou de Copérnico ou que a de Newton ou
de Tomaz Edson, que inventou a luz com o tungstênio, produzindo o vácuo dentro
da lâmpada para impedir a combustão ou mesmo até do que a de Alexander Fleming,
que isolou, em seu laboratório, o vírus do bacilo de Koch num tubo de ensaio, e
depois de tempos constatou que o bolor havia destruído o bacilo, abrindo,
assim, caminho à maior descoberta da ciência médica até os dias hoje,
vencendo-se, a partir daí, quase todas as doenças infecciosas até então
existentes, que haviam matado milhares de pessoas.
A
descoberta de William Blake, um poeta, e poeta não muda a face da ciência,
podendo, quando muito, alterar a sensibilidade ou o espírito das pessoas (ou
até mesmo seu nível cultural) é, no entanto, de maior valor, a meu ver, que
qualquer outra.
Que
descobriu, afinal, para ser considerado num nível de tão grande importância?
Teria
descoberto mais que Einstein quanto à teoria da relatividade ou quanto à física
quântica, a cujo conhecimento deu início, praticamente?
A
descoberta de Blake não tem nada a ver com a ciência física nem com qualquer
outro tipo de ciência.
Não
houve até hoje quem lhe desse importância, apesar de ser igualmente grandiosa como
as demais. Ou talvez até, em certo sentido, de maior significado para a raça
humana.
Até
hoje, não tem tido muita repercussão. As universidades não a registram como
coisa de valor. Ou de se levar em linha de conta.
Pouco
se sabe sobre os desdobramentos que teve mesmo para a filosofia, tanto é que os
filósofos pouco valor lhe atribuíram.
Até
hoje, o fato tem se passado sem maior repercussão, como se se tratasse do tema
mais banal, não obstante reconhecer-se nele alguma coisa inusitada ou em
condições de mudar o rumo de nossa vida ou até mesmo de nosso pensamento.
Quando
Blake o revelou nada se alterou na ordem das coisas.
Tal
descoberta o marcou até os dias que correm. Os resenhistas de literatura de
quando em quando voltam a lhe fazer referência. Tanta gente teve, certamente,
oportunidade de constatá-lo, mas coube a Blake, em certo momento, percebê-la.
Nada
de misterioso. Tudo muito claro para seu grau de cosmovisão.
Descobriu
(suspense!) que num grão de areia se contém o eterno.
(julho/10)
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