Um poema é algo
que se escreve
com as palavras
colhidas do chão.
De uma coisa à-toa,
um ruído que defla-
gra e que, à custa
do vento, reboa;
De outros pequenos
detalhes, mínimos,
produz-se o feitiço,
pouco mais ou menos.
Como quem prepara
um bom acepipe
com os necessários,
úteis condimentos.
Assim é o verso
nascido ao acaso,
de palavras chãs,
fundo e raso.
O mistério é o remate
de impacto, feliz,
de bate-pronto, que
cheira bem ao nariz.
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