A dádiva de ser
é uma flor
que nasce
nas trevas
Nenhuma estrela
se veste às núpcias
à luz da madrugada
As vozes eram lúgubres
e desafinavam
ao sopro caloroso
do vento
Ao longe, percutia
um ruído de sóis
em decomposição
mas o ar era azul
Difícil conhecer
os ais de um homem
à véspera da morte
tanto mais quanto
O homem alado
ainda agora
é feito de barro
e corrupção
Mas o tempo,
o que dizer do tempo
sob o aguilhão
da dor e da desilusão?
Era hora de fechar
o bar - sabia disso;
havia, porém, a esperança
de uma rua triste
por atravessar.
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