Entre os dedos
tenho a lua
e no côncavo da mão
o vento;
Aureoladas à cabeça
as estrelas
em torno do corpo
o sudário;
Na boca a vermina
na língua a serpente
entre os dentes
uma farpa;
Nas mãos uma candeia
nos braços um arpão
no peito a marca
de um varão;
Na mente um sentimento
na alma um rancor
mas em todo o ser
o amor;
A noite, a noite vai,
pelos morros flutua
e a alma merencória
nua;
Agora só o silêncio
esbraveja ao vento o mar
sou só puro sentir
e calar.
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