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Saturday, September 14, 2013

O POEMA COMO UM SEGREDO – Hamilton Alves


Quisera compor um poema
Simples, tão simples
Que fosse como arrulhos
De pássaros numa árvore

Que não falasse de nada
Que fosse incorpóreo
Invisível e etéreo
Como o ar ou a brisa

Ao qual fosse possível
Recorrer nas horas tristes
Que fosse como o pão
Que matasse a fome

Que fosse como a água
Corrente de um rio
À qual todos acudissem
Para se saciar

Que fosse como um céu
Sem nuvens
Que todos pudessem
Acolher o calor do sol

Que fosse um segredo
De amor ou felicidade
Que todos pudessem
Alguma vez descobrir


(poema publicado no livro “O cão noturno” – Bernúncia Editora/2010).

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