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Sunday, September 1, 2013

A MORTE DA BORBOLETA - Hamilton Alves


não, borboleta, não!
morrer desse jeito,
não vai ficar assim,
de coração te prometo;

vou fazer qualquer coisa,
salvar-te de morte banal,
embora toda morte
seja assim crucial;

mas prosaicamente,
atirada ao lixo,
sem dúvida é demais,
sequer um lugar fixo;

que grande formosura
vê-se em tuas asas,
em toda a tua estrutura,
e morrer assim ao léu;

de repente, te colhem
como fosses um nada,
te levam de arrastão
com a sorte selada;

sim, prometo poupar-te
de inglória corrupção,
com a força de meu esto
perecer brutalmente, não!


(poema publicado no livro “O cão noturno” – Bernúncia Editora/2010).

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