pedaços
de lua
eu
os mastigo
iluminados
não
me sabem a nada
entram-me
olhos
adentro
e reverbero-os
cintilantes
fora
de
órbita
transpostos
à janela
ou
a peças da casa
em
que mourejam
os
lusco-fuscos
onde
rastejam
translúcidos
alguns
detritos
lunares
esmigalhados
à boca
em
surdina ouço-os
perdidos
em suas vozes
ou
na pretensão de
fazer
um jogo de luz
mas
esfumam-se como
vapores
nevoentos
perdem-se
no éter
reduzidos
a nada.
(poema
publicado no livro “Canto do Vento” – Bernúncia Editora/2005).
No comments:
Post a Comment